
Anestesia raquidiana na cesárea: entenda como funciona e quais os efeitos
A chegada de um bebê é um dos momentos mais emocionantes da vida, e para muitas mulheres, essa experiência acontece por meio de uma cesariana. Mas junto com a expectativa, é natural surgirem dúvidas sobre os procedimentos envolvidos, especialmente no que diz respeito à anestesia.
Um dos métodos mais comuns nesses casos é a anestesia raquidiana. Você já ouviu falar, mas ainda tem dúvidas se dói, se é segura ou quanto tempo dura o efeito? Então respira fundo, porque vamos te explicar tudinho de um jeito leve e confiável. Confira mais a seguir!
O que é anestesia raquidiana?
A anestesia raquidiana, também chamada de raquianestesia, é uma técnica utilizada com frequência em cesarianas. Ela bloqueia a dor da cintura para baixo, permitindo que a gestante esteja acordada durante o parto, mas sem sentir desconforto.
Ela é considerada um tipo de anestesia regional, porque age apenas em parte do corpo, diferente da anestesia geral, em que a paciente dorme.
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Como é feita a aplicação? Dói muito?
O anestesista aplica a anestesia diretamente no líquido da medula espinhal, em uma região da lombar, com uma agulha bem fina. O procedimento costuma ser feito com a gestante sentada ou deitada de lado, com a coluna curvada para facilitar o acesso ao local.
A boa notícia? Dura segundos e a maioria das mulheres relata apenas uma picadinha leve, parecida com a de uma coleta de sangue. Em poucos minutos, o efeito começa — com formigamento nas pernas e alívio completo da dor.
Quanto tempo dura o efeito dessa anestesia?
O efeito da anestesia raquidiana dura entre 1h30 a 3 horas, tempo suficiente para realizar a cesariana com segurança e tranquilidade. Depois disso, a sensibilidade nas pernas retorna aos poucos, geralmente entre 3 a 4 horas após o parto.
Caso haja necessidade de mais tempo — em procedimentos mais longos, por exemplo — o anestesista pode reforçar a anestesia ou recorrer à combinação com a técnica peridural.
Quais são seus principais benefícios no parto?
Além de bloquear completamente a dor, a anestesia raquidiana oferece uma série de vantagens:
- Ação rápida e eficaz;
- Permite que a mãe acompanhe o nascimento do bebê acordada;
- Evita os efeitos da anestesia geral, como náuseas ou sonolência;
- Recuperação mais rápida após o parto;
- Baixo risco de complicações quando realizada por profissionais capacitados.
Ou seja, é uma alternativa que proporciona conforto sem abrir mão da segurança — e ainda permite aquele momento mágico do primeiro olhar entre mãe e filho.
Qual a diferença entre anestesia raquidiana e peridural?
Embora as duas sejam usadas no parto, especialmente em cesáreas, elas têm diferenças importantes:
- A raquidiana é aplicada direto no líquido que envolve a medula espinhal, com uma dose única e efeito rápido;
- A peridural é aplicada fora dessa membrana, no espaço peridural, e pode ter o efeito ajustado com um cateter.
Na prática, a raquidiana é mais usada em cesáreas, enquanto a peridural é comum em partos vaginais, ou ambas podem ser combinadas, dependendo do caso.
Quais os efeitos colaterais mais comuns?
Como qualquer procedimento médico, a anestesia raquidiana pode causar alguns efeitos colaterais. Os mais comuns são:
- Queda na pressão arterial, que é monitorada e tratada na hora;
- Tremores ou calafrios, passageiros e inofensivos;
- Cefaleia pós-raqui, um tipo de dor de cabeça que pode surgir após a anestesia, mas que costuma ser resolvida com repouso e hidratação.
Vale lembrar que esses efeitos são raros e, quando ocorrem, são tratados pela equipe médica de forma imediata e eficaz.
Existe risco na anestesia raquidiana? Ela é segura?
Sim, é considerada muito segura, especialmente quando realizada por anestesistas experientes. As complicações graves são raríssimas. O importante é que a gestante tenha um bom acompanhamento pré-natal e comunique à equipe qualquer condição de saúde, alergia ou uso de medicamentos.
A avaliação cuidadosa do histórico da paciente faz toda a diferença para garantir a segurança durante o parto.
Ela pode ser usada fora da cesariana?
Pode sim! A anestesia raquidiana também é usada em cirurgias ginecológicas, urológicas e ortopédicas, especialmente as que envolvem a parte inferior do corpo. Em alguns partos normais que exigem intervenções mais intensas ou urgência, ela também pode ser aplicada.
Mas em partos vaginais, a peridural costuma ser a primeira escolha, já que permite ajuste de dose conforme o avanço das contrações.
Como a avaliação pré-anestésica ajuda na escolha da técnica ideal?
Durante a gestação, especialmente no final, a gestante pode passar por uma avaliação pré-anestésica com o anestesista da maternidade. Essa conversa é essencial para esclarecer dúvidas, avaliar contraindicações, entender o histórico clínico e escolher a melhor técnica anestésica para o parto.
Esse momento fortalece a confiança entre gestante e equipe médica e ajuda a reduzir a ansiedade antes do grande dia.
O que esperar do pós-operatório após a anestesia raquidiana?

Após o parto, a sensibilidade nas pernas vai voltando gradualmente. A maioria das mulheres se sente bem logo nas primeiras horas e já consegue amamentar, conversar e viver intensamente o momento.
Nos primeiros dias, podem surgir leves dores nas costas ou uma sensação de peso, mas são passageiras e não interferem na recuperação. Com repouso adequado, boa hidratação e orientação médica, o pós-operatório tende a ser tranquilo.
Conclusão
A anestesia raquidiana é uma das grandes aliadas da cesariana moderna. Rápida, segura e eficaz, ela proporciona à mãe o conforto necessário para viver esse momento com tranquilidade e com a consciência plena do nascimento do seu bebê.
Se você está grávida e pensa em cesárea ou tem curiosidade sobre o tema, converse com seu obstetra e o anestesista. Com informação e acolhimento, o parto pode ser uma experiência muito mais leve e bonita.
As dicas não substituem consulta médica. Procure um profissional de saúde especializado para receber orientações individualizadas.
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